Precificação dos serviços — dores e desafios das TMCs

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No universo das viagens corporativas, as agências especializadas, conhecidas como TMCs (Travel Management Companies), enfrentam um cenário complexo e desafiador quando o assunto é a precificação de seus serviços. A falta de regulamentação específica, a competição desleal de preços e a ausência de lideranças atuantes contribuem para um ambiente instável, comprometendo a sustentabilidade do setor. Neste artigo, vamos explorar esses pontos críticos e entender como eles afetam gestores de viagens, executivos e pequenas e médias empresas que dependem de uma gestão eficiente e segura para suas viagens corporativas.

A ausência de regulamentação: um problema estrutural

O setor de agenciamento de viagens no Brasil ainda opera sem uma regulamentação clara que estabeleça diretrizes mínimas para a precificação dos serviços prestados pelas TMCs. Não há uma legislação que determine comissões obrigatórias para os agentes de viagem, tampouco uma precificação mínima que assegure a saúde financeira dessas empresas.

Essa lacuna normativa impacta diretamente a qualidade dos serviços e a estabilidade do mercado. Sem regras bem definidas, o setor fica exposto a práticas comerciais prejudiciais, em que empresas oferecem preços excessivamente baixos para vencer licitações (bids). Embora isso possa parecer vantajoso no curto prazo, essa estratégia leva a operações deficitárias e compromete a sustentabilidade do serviço, afetando não apenas as TMCs, mas principalmente os clientes, que enfrentam queda na qualidade e na confiabilidade.

Competição desleal de preços: uma ameaça silenciosa ao mercado

A chamada competição desleal de preços se caracteriza pela oferta de valores muito abaixo do custo real dos serviços, com o objetivo de conquistar contratos e ampliar participação de mercado. Essa prática é recorrente em licitações públicas e privadas, onde o fator preço ainda costuma prevalecer sobre critérios de qualidade e eficiência.

No entanto, ao operar com margens insustentáveis, essas empresas sacrificam a entrega de valor — comprometendo atendimento, suporte e inovação. O impacto é sistêmico: o mercado perde em qualidade, a concorrência saudável é minada e a viabilidade das TMCs é colocada em risco.

Falta de lideranças atuantes e a necessidade de entidades mais proativas

Outro entrave significativo para o fortalecimento do setor é a carência de lideranças fortes e de entidades representativas que atuem de maneira mais ativa em defesa do mercado. Associações e organizações de classe deveriam exercer maior protagonismo na interlocução com o Congresso Nacional, propondo e apoiando legislações que regulamentem o agenciamento de viagens, estabelecendo critérios mínimos de remuneração e padrões de qualidade.

Entidades como ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagens) e ABRACORP (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas) desempenham um papel relevante, mas ainda insuficiente diante da complexidade e urgência dos desafios enfrentados pelas TMCs.

Avanços legislativos: a Nova Lei Geral do Turismo e o Projeto de Lei 4419/20

Apesar do cenário desafiador, alguns avanços legislativos vêm sinalizando caminhos para uma atuação mais estruturada. A Nova Lei Geral do Turismo trouxe inovações importantes, como a desburocratização de processos e a revisão das sanções aplicadas aos prestadores de serviços turísticos. Entre os destaques está a flexibilização da composição de preços, permitindo que as agências formulem seus valores a partir da soma de comissões e do valor agregado ao serviço.

Já o Projeto de Lei 4419/20 estabelece diretrizes sobre a responsabilidade das agências na intermediação de serviços turísticos, determinando que só haverá responsabilização em caso de culpa comprovada. Essa medida oferece maior segurança jurídica e reforça o papel profissional das TMCs.

O papel estratégico das TMCs na gestão de viagens corporativas

As TMCs têm um papel essencial para empresas de todos os portes, especialmente para as pequenas e médias que buscam controlar custos, garantir segurança e melhorar a experiência de seus colaboradores em trânsito. Uma gestão de viagens profissionalizada contribui para maior eficiência, cumprimento de políticas internas e tomada de decisões mais inteligentes.

No entanto, para que essas empresas sigam entregando valor, é fundamental que o mercado reconheça sua importância, regule suas práticas e assegure uma remuneração justa e sustentável.

A precificação dos serviços prestados pelas TMCs reflete os desafios estruturais do setor de viagens corporativas no Brasil. A ausência de regulamentação, a competição desleal de preços e a falta de lideranças ativas configuram um cenário que ameaça a sustentabilidade de todo o ecossistema.

É urgente que o setor se mobilize por mudanças concretas, capazes de garantir um mercado mais justo, transparente e competitivo — tanto para as empresas fornecedoras quanto para os clientes que delas dependem.

A tickettravel segue firme no propósito de entregar soluções que respeitam esses desafios e transformam a gestão de viagens corporativas em um diferencial estratégico. Estamos ao seu lado para construir um mercado mais ético, inovador e eficiente.

Se gostou deste conteúdo e quer se manter atualizado sobre o setor, acompanhe o blog da tickettravel e fique por dentro das novidades do mundo das viagens corporativas!

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